QUESTÕES FUNÇÕES DE
LINGUAGEM 01
Função referencial, função emotiva, função poética, função
fática, função conativa e função metalinguística.
01) (Enem-2014)
O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se
trata?
(ANDRADE, C. D. Contos
de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)
Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o
receptor, predomina no texto a função
A) metalinguística.
B) fática.
C) referencial.
D) emotiva.
E) conativa.
02) Enem-2011
Uma luz na evolução
Dois fósseis descobertos na África do Sul, dotados de
inusitada combinação de características arcaicas e modernas, podem ser
ancestrais diretos do homem.Os últimos quinze dias foram excepcionais para o
estudo das origens do homem. No fim de março, uma falange fossilizada
encontrada na Sibéria revelou uma espécie inteiramente nova de hominídeo que
existia há 50 000 anos. Na semana passada, cientistas da Universidade de
Witwatersrand, na África do Sul, anunciaram uma descoberta similar. São duas as
ossadas bastante completas ― a de um menino de 12 anos e a de uma mulher de 30
― encontradas na caverna Malapa, a 40 quilômetros de Johannesburgo. Devido à
abundância de fósseis, a região é conhecida como Berço da Humanidade.
(Veja. Abr. 2010) (adaptado).
Sabe-se que as funções da linguagem são reconhecidas por meio
de recursos utilizados segundo a produção do autor, que, nesse texto, centra
seu objetivo
A) na linguagem utilizada, ao enfatizar a maneira como o texto
foi escrito, sua estrutura e organização.
B) em si mesmo, ao enfocar suas emoções e sentimentos diante
das descobertas feitas.
C) no leitor do texto, ao tentar convencê-lo a praticar uma
ação, após sua leitura.
D) no canal de comunicação utilizado, ao querer certificar-se
do entendimento do leitor.
E) no conteúdo da mensagem, ao transmitir uma informação ao leitor.
03) (Quadrix-2014)
Rua na Aclimação amanhece coberta por gelo
A intensa chuva de granizo que caiu sobre a cidade na tarde de
domingo (18) deixou a cidade em estado de atenção, que durou até
as 17h35. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), as
chuvas foram mais intensas nas zonas Sul e Oeste, mas
moradores da zona Leste também registraram o fenômeno
climático. Placas de gelo formadas . no chão chamaram a
atenção dos paulistanos, que postaram fotos da neve cobrindo as
ruas nas redes sociais. No bairro da Aclimação, no centro, a Rua Pedra
Azul amanheceu coberta por gelo nesta segunda-feira
(19). (Fonte: http:/ /vejasp.abril.com.br)
Releia o texto em questão. Qual é a função da linguagem que prevalece?
A) Função
metalinguística.
B) Função emotiva.
C) Função fática.
D) Função conativa.
E) Função referencial.
04) (UNITAU SP/2018)
“Você, leitora e leitor, que já
não aguenta mais o pensamento único que impera nos grandes
jornais diários, nas revistas semanais de notícias e nas emissoras de rádio e
televisão, todos alinhados na defesa dos interesses do mercado; que já
não confia mais nas notícias que vê pela internet, muitas delas fakes; que se
vê obrigado a selecionar as fontes de informação para ficar a par dos
acontecimentos e evitar ser manipulado: este editorial é para você”.
Disponível: http://diplomatique.org.br/a-
solidariedade-entre-nos/. Acesso em out. 2017.
O trecho em questão apresenta, predominantemente, a
função
A) metalinguística.
B) fática.
C) conativa.
D) referencial.
E) expressiva.
05) (UNEMAT MT/2014)
BAÚ DE CANÇÕES
As músicas perdidas de Vinícius
Vinícius de Moraes dizia que tinha vocação para vagabundo. É
uma definição injusta. Vinícius foi um trabalhador incessante que, embora
cultivando a fama de boêmio e namorador, deixou uma enorme produção
intelectual. Escreveu peças de teatro, roteiros de filme, crônicas e críticas
para jornal, lançou 30 livros de poesia e pelo menos 40 discos, e um legado de
mais de 300 canções de sua autoria. Vinícius fazia várias versões de seus
textos, perseguia sempre a melhor forma e deixou um respeitável arquivo de
rascunhos e originais. Nas últimas semanas, a reportagem de Época vasculhou
seu acervo pessoal e localizou dez letras inéditas de canções. Elas vêm à luz
nesta edição, publicada na semana em que Vinícius faria 100 anos. São músicas
em parceria com Tom Jobim, Baden Powell e Toquinho. Também surge do baú a revelação
de uma parceria surpreendente: Vinícius com João Gilberto. É um encontro raro,
até hoje desconhecido, de dois expoentes da Bossa Nova.
Fonte: Época, 21/10/2013, p.77 (fragmento).
Considerando-se a finalidade comunicativa como uma
característica do gênero biografia, o texto “Baú de canções” tem função
predominantemente:
A) Informativa, para revelar aspectos
relacionados à vida da pessoa.
B) Emotiva,
evidenciando a necessidade de se envolver emocionalmente com as poesias de
Vinícius de Moraes.
C) Contemplativa,
para orientar o comportamento prazeroso de ouvir músicas de Vinícius de Moraes.
D) Estética, para
despertar o senso crítico dos seus leitores.
E) Educativa, para socializar as obras de Vinícius de Moraes.
06) UEMG-2006) Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em
negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função emotiva da
linguagem.
A) Os poemas (infelizmente!) não estão nos rótulos de embalagens nem junto aos frascos de remédio.
B) A leitura ganha contornos de “cobaia de laboratório” quando sai de sua
significação e cai no ambiente artificial e na situação inventada.
C) Outras leituras significativas são o rótulo de
um produto que se vai comprar, os preços do bem de consumo, o tíquete do cinema,
as placas do ponto de ônibus (...)
D) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são ratinhos mortos (...) prontinhos para
ser desmontados e montados, picadinhos (...)
07) (UFV-2005) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo,
de Graciliano Ramos:
I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de
Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. Bernardo, onde
trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia,
tomava café e conversava, bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados
de trás para diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que
fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que
atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar
dissabores! Será? Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a
literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente,
mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo,
ninguém me lia.
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o
exercício de metalinguagem em São Bernardo:
A) III e V.
B) I e II.
C) I e IV.
D) III e IV.
E) II e V.
08) FGV 2015
Um livro didático de Literatura mostra o seguinte texto:
“Façam uma pesquisa a fim de averiguar se sua cidade e seu Estado dispõem de
patrimônio artístico-cultural barroco.”.
Nesse caso, a função de linguagem predominante é:
A) metalinguística;
B) referencial;
C) conativa;
D) fática;
E) poética.
09) Identifique a frase em que a função da linguagem predominante é a
função referencial.
A) Siga o meu exemplo. Você se sentirá melhor!
B) Estou muito animada com o meu novo emprego.
C) Existem três acentos gráficos na língua
portuguesa.
D) Sim... Sei… Estou ouvindo, claro.
10) Enem - Inep
Texto I
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser
brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres,
rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso
irresistível.
CAMPOS, Paulo Mendes. Ser
brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
Texto II
Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É
saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados.
É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca
não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.
FERNANDES, Millôr. Ser
gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.
Os textos I e II utilizam os
mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida de uma pessoa. Tal
afirmação é confirmada pelo uso de:
A) expressões coloquiais com
significados semelhantes.
B ) afirmações enfáticas no
aspecto contraditório da vida dos seres humanos.
C ) recursos específicos de
textos escritos em linguagem formal.
D ) termos denotativos que se
realizam com sentido objetivo.
E ) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.
11) (Enem-2012)
Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida
hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de
segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis
recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas
para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11
set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de
várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as
outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a
emotiva ou expressiva, pois
A) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
B) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo
que está sendo dito.
C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
D) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
12) ENEM – 2006
Aula de Português
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me,
sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro,
mistério.
Carlos Drummond de Andrade.
Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o
contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em
A) situações formais e informais.
B) diferentes regiões dos pais.
C) escolas literárias distintas.
D) textos técnicos e poéticos.
E) diferentes épocas.
13) (Enem-2014)
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda
sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só,
que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer:
antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante,
importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que,
tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o
hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a
própria existência.
(ROSA, G. Tutameia:
terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a
predominância de uma das funções da
A) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
B) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um
fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da
terceira pessoa.
C) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de
conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se
hipotrélico”.
D) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para
textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.
E) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor,
por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”.
14) (Enem-2013)
Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina;
(Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.
O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética.
Seu caráter metalinguístico justifica-se pela
A) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
B) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
C) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos
rotineiros.
D) tematização do fazer artístico, pela
discussão do ato de construção da própria obra.
E) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra
ser reconhecida.
15) Enem –
Inep
A biosfera, que
reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, divide-se em
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto
e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número
de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e
migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras,
1995.
Predomina no texto
a função da linguagem:
A) emotiva, porque
o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
B) fática, porque
o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
C) poética,
porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
D) conativa,
porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
E) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.
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